quarta-feira, 30 de abril de 2008

Que saudade do meu voto ( Parte 5 )

Grandes impérios se espelham em grandes impérios!
A democracia foi implantada na Grécia por Clístenes em substituição ao tirano Hípias, muito por exigência do povo que exigia maior transparência nos atos de seus governantes.
Clístenes dividiu a cidade em dez distritos habitando-os em número igual. Cada distrito deveria eleger um estratego (chefe, general), e designar 50 senadores e 500 candidatos para o tribunal, todos eles homens retirados do povo.
A união de todos os senadores dos distritos e dos candidatos ao tribunal formava respectivamente o “Bulé”, transformado em órgão municipal do governo e o tribunal dos heliastas, responsável por criar as leis do país.
Chegava-se assim, entre 461 e 429 a.C. a mais perfeita forma de governo inventada pelo homem, onde a liberdade de pensamento comandava as ações da população.
Milhares de anos depois, como não poderia deixar de ser, o sistema político inventado na Grécia é base dos maiores países desenvolvidos do mundo. Com uma diferença:
Quando digo por exigência do povo, o leitor não deve entender da mesma maneira como hoje entendemos a palavra “povo”.
Na Grécia antiga o termo se equivale a dizer que quem comandava e exigia mudanças era uma elite cultural, dotada de grandes conhecimentos, onde o embate intelectual era uma constante.
Pessoas livres de compromissos do dia a dia, incumbidas de pensar, estudar e praticar nobres ações, que possuíam escravos para os trabalhos árduos como plantar, cultivar e produzir bens materiais, enquanto as mulheres serviam apenas para procriar e cuidar da prole e do lar.
Claro, o conceito de povo evoluiu até chegarmos aos dias de hoje, onde aparentemente não temos escravos e as mulheres alcançam cargos e salários antes inimagináveis.
Mas em um determinado país chamado Estados Unidos da América, a idéia grega serve aos ideais democráticos: o leitor que está acompanhando as primárias do partido democrata entenderá o que estou falando.
Até mesmo para se eleger quem concorrerá ao cargo de presidente da nação, não há eleição direta em determinados candidatos, mas sim vota-se em delegados para que estes escolham seus representantes.
E finalmente nas eleições à presidente o povo precisa antes escolher quem irá decidir por eles.
Grandes impérios se espelham em grandes impérios. Os americanos perceberam os riscos de pessoas comuns votarem em cargos tão elevados e, tal qual aos gregos, criaram um sistema político onde uma elite cultural decide o representante mor do país.
Esta é a explicação para a supremacia americana? Com certeza não, mas apenas um dente da engrenagem que a faz rodar. Um dente, diga-se de passagem, da mais alta importância.
Na semana que vem veremos os malefícios que o direito ao voto adquirido no nascimento de cada pessoa neste país provoca ao Brasil e o que é preciso fazer para que tenhamos de fato, governantes eleitos através da plena consciência política.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Que saudade do meu voto ( Parte 4 )

O voto distrital, como nos informa a Wikipédia, foi criado na Alemanha logo após a II guerra mundial.
Tem como principal objetivo aproximar o eleitor de seu candidato, dando maior visibilidade dos trabalhos elaborados, uma vez que os concorrentes a cargos públicos moram no distrito dividido em pequenos grupos eleitorais.
Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Alemanha adotam o modelo de votação. No Brasil, alguns partidos lutam para implantar a idéia.
Mas, pensemos, em que isto melhoraria o jogo político brasileiro? A questão é puramente numérica.
Belo Horizonte conta hoje com 41 vereadores e uma população que beira 2.500.000 habitantes. Ou seja, para cada 61.000 habitantes há um vereador a representá-los. Iguatama, cidade a oeste de Minas, tem 15.000 habitantes e 9 vereadores. Ou seja, 1.666 habitantes são representados por um vereador.
Pergunto: em qual das duas cidades o vereador precisa ser mais transparente em suas ações? E não se trata apenas de transparência, mas sim fazer com que o número de candidatos a disputar o cargo seja bem mais representativo nas grandes metrópoles do que realmente ocorre hoje.
Para 9 cadeiras da câmara legislativa de Iguatama, havia 150 concorrentes ao cargo de vereador. Ou seja, 1% da população da cidade era candidato.
Nas eleições passadas foram 1034 candidatos em Belo Horizonte. Ou seja, 0,0004 da população.
Com todos estes números é fácil perceber a desmotivação política das grandes metrópoles. Se não conheço sequer o candidato que irá me representar, como posso ser obrigado a votar?
Mas voltemos ao voto distrital: De que adiantaria dividir as regiões de Belo Horizonte para implantar um sistema de voto regionalizado? Nada, nada adiantaria, pois o que está em jogo não é uma representação regionalizada onde o eleitor, ao conhecer o candidato e político, pode cobrar mais de suas ações.
O que está em jogo é o fato de que a quantidade de pessoas candidatas a disputar um cargo eleitoral nas grandes metrópoles é proporcionalmente inferior à quantidade de candidatos de uma cidade do interior de qualquer estado brasileiro.
Sendo assim, uma regionalização nas grandes metrópoles se faz eminente, como disse na semana passada, em 15.000 habitantes por jurisdição e dentro deste pequeno núcleo é necessário haver uma eleição de quatro em quatro anos para se escolher cinco “Regionadores” que irão levar aos políticos detentores de cargos maiores, as ânsias da população que o cerca, “Regionadores” estes que servirão como cabos eleitorais de inúmeros políticos Brasil afora.
Eis então a grande diferença desta nova proposta para o chamado “Voto Distrital”. Fazer de cidades com mais de 500.000 habitantes, pequenas regiões interiorizadas onde o jogo político poderá novamente ser praticado e os eleitores tenham prazer em votar em seus candidatos.
Votar de forma consciente em pequenos cargos. Porque para os maiores como Deputado Federal, Senador e Presidente, é preciso pensar se de fato, todos os brasileiros têm direito a este compromisso cívico.
Na semana que vem falarei sobre as origens da democracia na Grécia e como e quem deveria votar em cargos responsáveis pela vida política de uma nação durante quatro anos ou mais. Até lá.

Que saudade do meu voto ( Parte 3 )

Findado o BBB, tendo o ganhador ficado com a nítida certeza de que agora a Fama o visita, voltemos ao campo da política.
Para o leitor que me acompanhou nas últimas quatro semanas esse parágrafo é desnecessário, pode-se pular para o próximo. Para o leitor que agora me visita, mesmo sem Fama, devo lembrar que estes artigos tratam da compreensão de como se dá a alienação política nas grandes metrópoles e como podemos contornar tal situação se nos remetermos aos modos como a política é feita no interior deste país. Portanto mãos à obra.
No primeiro artigo desta série falei sobre a tristeza que senti ao me mudar para a capital e não ter o mesmo assédio que sofria na minha cidade natal, quando se aproximavam as eleições.
Falei também sobre a idéia que podia mudar tal realidade: criar um cargo abaixo de vereador nas grandes metrópoles para trazer à baila o jogo político.
Neste instante o leitor mais voraz irá ler as próximas linhas com ódio, raiva, ganância, talvez pensando o óbvio: “será possível que esse maluco está querendo criar mais um cargo político para ser sustentado pelo povo, pelo meu dinheiro?”
Sim acertou, eu estou querendo criar mais um cargo político mesmo que não compartilhe com a idéia de que seja um dinheiro mal gasto. Por quê?
O cargo de vereador para cidades como Belo Horizonte já não faz mais efeito para a disputa política. Aqui, nós sequer conhecemos estes políticos, quanto mais participamos de suas campanhas. Tudo isso acontece pelo motivo dito no primeiro artigo: se eu votar ou não no meu candidato, meu compromisso cívico não fará a menor diferença para fazê-lo um vencedor ou perdedor. Então meu voto, individualmente falando, não tem valor algum.
Sendo assim, é necessário haver um cargo abaixo de vereador para que haja de fato uma disputa onde meu voto possa fazer alguma diferença na contagem final, sentindo-me valorizado por isso, conseqüentemente feliz por estar participando de um jogo de interesses pessoais, sociais e financeiros, que é enfim o resumo da palavra política.
Fiz algumas pesquisas pelo interior mineiro e cheguei a um número que acho razoável para a não alienação política: 500.000 habitantes. Com cidades acima deste número o processo de votação já começa a ficar desmotivante. Nesta mesma pesquisa constatei o que já sabia: conforme diminui o tamanho da cidade, mais acirrada é a política exercida nela.
Portanto a proposta é: um cargo que aqui chamarei de “Regionador”, abaixo de vereador, para cidades acima de 500.000 habitantes, dividida por zonas de 15.000 pessoas, disputado por candidatos moradores destas zonas, com o objetivo de trazer novamente o povo à cena política, através do resgate do valor do voto.
Talvez os mais incrédulos poderão perguntar: mas o que fará o “Regionador”? Em princípio, nada. Mesmo porque a intenção não é arrumar trabalho para ninguém, mas sim fazer deste novo candidato um instrumento de interesse político das grandes massas, transformando as pessoas de meras espectadoras a partícipes da democracia brasileira. Isso é pouco? Não confundamos esta nova proposta com o voto distrital. Semana que vem veremos porquê.

Deus é Big é Brother

Aos leitores assíduos dos artigos “Que saudade do meu voto”, veiculado semanalmente neste jornal, peço desculpas pela promessa não cumprida quando disse que falaria sobre alienação política e não falei sobre nada porque simplesmente não enviei texto algum ao editor. Já que ficamos uma semana sem falar de política, fiquemos duas para falar sobre o tema “Fama” com a promessa reiterada de que na outra semana retornaremos ao assunto original.
Numa das mais belas passagens de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” de José Saramago, Jesus acorda numa manhã enevoada sentindo enorme necessidade de entrar numa canoa posta nas margens de um grande lago da cidade da Galiléia e após remar, sabe-se lá quanto tempo, fixa-se no meio do lago para em pouco tempo ficar acompanhado de Deus pela proa e o Demônio pela popa.
Para a edição de 2008, a Rede Globo recebeu mais de 100.000 vídeos de candidatos a entrar para o Big Brother Brasil, tendo a difícil missão de escolher 14 deles.
Assim que Jesus Cristo recebe Deus em sua canoa ele pergunta ao Pai sobre a necessidade de ter sido criado no mundo. Deus, muito pensativo, responde a ele que está cansado e frustrado.
Se fizermos uma multiplicação simples, em oito edições do BBB, provavelmente a Rede Globo recebeu algo em torno de 1.000.000 de inscrições de pessoas com pretensão a serem famosas.
Cansado e frustrado! A resposta intriga Jesus. Não pelo estado em si, de fato Deus deve e pode estar cansado, mas afinal, se está cansado também está satisfeito, o mundo que criou está a seus pés, é o dono de tudo e seu legítimo mandatário, então, porque frustrado?
Depois de sete edições do BBB, 40 participantes do Reality Show receberam vultosas quantias para mostrarem seus corpos do modo como vieram ao mundo, buscando dessa forma prolongar aquilo que os levou para dentro da casa: a fama.
Como seria bom se fosse verdade! Basicamente é o que pensa Deus sobre as conclusões de Jesus. Não, ele definitivamente não é o dono do mundo apesar de tê-lo criado, mas sim dono de um pequeno canto do mundo. Em termos globais, uma vila, um arraial. A Judéia a Galiléia e mais algumas dezenas de cidades próximas e na frente Dele, logo ali no centro da canoa, está o responsável a levar a Ele o que sempre sonhou: a fama.
Uma vez entendido o motivo pelo qual havia sido criado, Jesus pergunta ao Pai por qual razão está o Outro ali, logo ali na popa, quando ouve do Criador que seria inevitável: por onde a força de seu carisma levasse o nome do Pai, o Outro haveria de acompanhá-lo, trazendo inevitavelmente para o Demônio, aquilo que buscam os Big Brothers: a fama.
O demônio, comovido, sorri para Jesus, inebriado pela possibilidade de sair finalmente dos quintões do Inferno e o tem para todo sempre como o causador do reconhecimento humano das maldades alheias que lhe são atribuídas.
Não se trata de dinheiro. Vários dos participantes do BBB eram médicos, empresários, filhos de pais abastados.
Não se trata de dinheiro. Os bens que os homens afirmavam serem de Deus a 2000 anos atrás já o faziam rico.
Trata-se de algo inexplicável, impagável, capaz de fascinar até mesmo o maior representante das maldades humanas, esse algo chamado Fama, pois que uma vez famoso, outras tantas portas se abrem, a do amor, a do dinheiro e principalmente a do reconhecimento que é enfim a que todos nós desejamos abrir.
Deus estava cansado de ser conhecido em tão pequeno espaço, queria alcançar o mundo, afinal ele o havia criado e ninguém ainda sabia disso. Precisava de uma pessoa com o carisma de Jesus para que os homens pudessem conhecê-lo. Eis então a grande importância do maior de todos os filhos e de fato o motivo pelo qual é o mais amado pelo Grande Criador.
As pessoas que se inscreveram para o BBB deviam estar cansadas da surdina, de entrar num restaurante e não ouvir nenhum murmurinho pela sua presença, nenhum alvoroço, de saber que pouco importavam para o mundo, a não ser é claro, para os mais íntimos. Onde se conclui o inevitável: os milhares de participantes que nunca entraram para o Big Brother e os que entraram e continuam na obscuridade da fama, deveriam erguer as mãos para o céu e dizer em alto e bom som: perdoe-me Deus, tal como Tu, busquei aquilo que tanto Desejaste. Há de me perdoar, pois sou, antes de tudo, sua mais perfeita imagem e semelhança.

Que saudade do meu voto ( Parte 2 )

Brasília é a mais despolitizada das grandes metrópoles do Brasil!
Na edição da semana passada deste jornal eu falei da saudade que sentia da vivência política aos modos interioranos, da disputa acirrada por um eleitor e da importância que um voto fazia em meio a um povoado com 10.000 habitantes.
Só não falei que antes de me mudar para Belo Horizonte vim parar em Brasília acompanhando meus pais que tinham o mesmo objetivo de tantos outros candangos: vencer na capital federal.
Já instalado, frente a magnitude de uma capital com mais de 500.000 habitantes, comecei a perceber claramente as diferenças de minha cidade natal.
Como não podia deixar de ser, foi na época de eleições para prefeito e vereador que mais me deprimi.
Já esperava, como já foi dito, o assédio, a procura por um voto, as leitoas, as galinhadas. Tudo em vão.
Na minha inocência, lembro de ficar perguntando para meu pai sobre quem seriam os candidatos a prefeito, a vereador, para só então ouvir que ali não haveria disputa por tais cargos como acontecia em nosso arraial.
Lembro de ter perguntado: Mas então onde está a política desta cidade?
Anos e anos depois foi descobrir a resposta: a política de Brasília está nos grandes acontecimentos, em grandes convenções partidárias para se escolher determinado candidato a deputado, governador, presidente, está em tudo, menos no povo.
Está no campo das idéias, debatida em lugares fabricados para acomodar os eleitos sem qualquer representação.
É debatida em clubes, mansões, favelas. Há uma grande noção da necessidade da política, no entanto, a política verdadeira não é exercida por quem mais necessita dela: a grande massa.
E por quê? Pela exclusiva falta de candidatos a vereador e prefeito, tão ao gosto da capital federal.
Sendo o cargo de vereador o mais baixo cargo a que se pode postular na política, - cargo esse que já se nauseou numa áurea de estar um passo acima da maioria da população das grandes metrópoles, motivo este dos inúmeros artigos que virão a seguir, - e não estando este cargo a disposição dos pretensos candidatos da capital federal, o jogo político de agrado, de mudança em busca de um voto não acontece nesta cidade como acontece em outras capitais do país.
Isso faz com que Brasília seja a capital mais despolitizada do país, uma vez que não há aproximação do candidato com os eleitores, transformando a cidade num amontoado de pessoas que pensam a política sempre em um nível acima do que realmente se exerce nas ruas.
Em Brasília o povo não escolhe sequer os administradores das cidades satélites. Resquícios da ditadura? Talvez.
Há solução? Sim e os próximos artigos falarão também sobre isso.

Que saudade do meu voto ( Parte 1 )

Uma das idéias mais difundidas no Brasil é a existência de uma alienação política geral entre jovens e adultos de qualquer idade! Mas até que ponto isso é verdade?
Quando morava em Cunhas, distrito a oeste de Minas Gerais, tínhamos conhecimento da afirmação acima somente pelos jornais, e isso deixava a gente cismado: Como assim alienação política?
De quatro em quatro anos elegíamos prefeito e vereadores e as eleições começavam um ano antes da data marcada para votação. Todos queriam saber quem sairia candidato e como é de praxe, negavam até a última hora para, no momento final, decidirem-se pela entrada na cena política.
Eu, que sempre estive no papel de eleitor, ficava admirado com tudo aquilo. Via nitidamente como os pretensos vereadores mudavam da água pro vinho quando imaginavam que podiam chegar a ter um cargo público. Boêmios paravam de beber, adúlteros paravam de trair, a mudança era geral.
Era, sem dúvida, a melhor época para se viver no arraial. Éramos convidados para uma galinhada na casa do Reis, um arrasta pé na casa do Ximbica, sabendo que se o Lemar quisesse ganhar, teria que matar o porco que engordava com tanto carinho. Eles faziam tudo isso em busca de um voto que poderia definir o resultado de uma eleição.
Nesses encontros discutíamos desde a política de Brasília até promessas não cumpridas de nossos prefeitos. Claro que não tínhamos menor noção de quem era Karl Marx, nem mesmo ouvimos falar do nascimento da política em Platão, mas, depois de muitos anos, descobri que fazíamos algo até parecido com a teoria destes filósofos.
No intervalo das eleições municipais havia a eleição para deputado e novamente éramos visitados através de nossos líderes para votarmos no candidato escolhido pelo partido.
Não havia a menor possibilidade de algum morador da minha vila ficar de fora da cena política. Tínhamos que optar por um dos candidatos à prefeitura se quiséssemos ter algum benefício nos anos que viriam. Ficar em cima do muro é a pior escolha para quem mora em lugares tão pequenos.
Quando me mudei para Belo Horizonte senti muita falta de minha rotina política e imediatamente me pus a procurar partido. Quanta ilusão. Onde estava o assédio pelos eleitores, a comilança, as promessas, mesmo que vãs?
Só então descobri o mais elementar de tudo. Na capital, meu voto, – isoladamente falando - não elegia nem deixava de eleger candidato algum. Se quisesse algo, tinha que me juntar a grupos de cem ou duzentas pessoas para clamar por ideologias. Quanta tristeza.
Só nesse momento entendi o que os jornais queriam dizer e como tal, fiz o que faz a maioria: fui em busca de outros afazeres, outros divertimentos. Isso me levou a uma imediata frustração e então comecei a pensar, a pensar e tive uma idéia: para cidades do tamanho de Belo Horizonte temos que criar um cargo abaixo de vereador para fazer com que outros Reis, Ximbicas e Lemares voltem a me procurar com seus inúmeros agrados.
Quem sabe assim meu voto possa de fato, fazer alguma diferença entre milhares de eleitores.
É um sonho. Fazer de um canto da metrópole a minha tão amada terra é um sonho. Mas como diz a canção, sonho que sonha só é sonho, sonho que se sonha junto é realidade.
Na próxima semana vamos tentar entender porque Brasília é a metrópole mais despolitizada do Brasil.