sexta-feira, 25 de abril de 2008

Que saudade do meu voto ( Parte 4 )

O voto distrital, como nos informa a Wikipédia, foi criado na Alemanha logo após a II guerra mundial.
Tem como principal objetivo aproximar o eleitor de seu candidato, dando maior visibilidade dos trabalhos elaborados, uma vez que os concorrentes a cargos públicos moram no distrito dividido em pequenos grupos eleitorais.
Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Alemanha adotam o modelo de votação. No Brasil, alguns partidos lutam para implantar a idéia.
Mas, pensemos, em que isto melhoraria o jogo político brasileiro? A questão é puramente numérica.
Belo Horizonte conta hoje com 41 vereadores e uma população que beira 2.500.000 habitantes. Ou seja, para cada 61.000 habitantes há um vereador a representá-los. Iguatama, cidade a oeste de Minas, tem 15.000 habitantes e 9 vereadores. Ou seja, 1.666 habitantes são representados por um vereador.
Pergunto: em qual das duas cidades o vereador precisa ser mais transparente em suas ações? E não se trata apenas de transparência, mas sim fazer com que o número de candidatos a disputar o cargo seja bem mais representativo nas grandes metrópoles do que realmente ocorre hoje.
Para 9 cadeiras da câmara legislativa de Iguatama, havia 150 concorrentes ao cargo de vereador. Ou seja, 1% da população da cidade era candidato.
Nas eleições passadas foram 1034 candidatos em Belo Horizonte. Ou seja, 0,0004 da população.
Com todos estes números é fácil perceber a desmotivação política das grandes metrópoles. Se não conheço sequer o candidato que irá me representar, como posso ser obrigado a votar?
Mas voltemos ao voto distrital: De que adiantaria dividir as regiões de Belo Horizonte para implantar um sistema de voto regionalizado? Nada, nada adiantaria, pois o que está em jogo não é uma representação regionalizada onde o eleitor, ao conhecer o candidato e político, pode cobrar mais de suas ações.
O que está em jogo é o fato de que a quantidade de pessoas candidatas a disputar um cargo eleitoral nas grandes metrópoles é proporcionalmente inferior à quantidade de candidatos de uma cidade do interior de qualquer estado brasileiro.
Sendo assim, uma regionalização nas grandes metrópoles se faz eminente, como disse na semana passada, em 15.000 habitantes por jurisdição e dentro deste pequeno núcleo é necessário haver uma eleição de quatro em quatro anos para se escolher cinco “Regionadores” que irão levar aos políticos detentores de cargos maiores, as ânsias da população que o cerca, “Regionadores” estes que servirão como cabos eleitorais de inúmeros políticos Brasil afora.
Eis então a grande diferença desta nova proposta para o chamado “Voto Distrital”. Fazer de cidades com mais de 500.000 habitantes, pequenas regiões interiorizadas onde o jogo político poderá novamente ser praticado e os eleitores tenham prazer em votar em seus candidatos.
Votar de forma consciente em pequenos cargos. Porque para os maiores como Deputado Federal, Senador e Presidente, é preciso pensar se de fato, todos os brasileiros têm direito a este compromisso cívico.
Na semana que vem falarei sobre as origens da democracia na Grécia e como e quem deveria votar em cargos responsáveis pela vida política de uma nação durante quatro anos ou mais. Até lá.

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